Exportação de Proteas
Exportação de próteas quase duplica, este ano, na ilha Terceira
A Cooperativa de Hortofruticultores da Ilha Terceira, Frutercoop, nos Açores, estima quase duplicar a exportação de próteas, este ano, de 1,3 para 2 milhões de hastes, mas reclama melhores transportes e mais apoios à exportação.
"Devemos ultrapassar os dois milhões de hastes, este ano, e provavelmente no próximo ano vai-se acrescentar cerca de mais um milhão", adiantou, em declarações aos jornalistas, Sieuve Menezes, presidente da cooperativa, no final de uma reunião com o secretário regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, em Angra do Heroísmo.
A produção de próteas na ilha Terceira é exportada na totalidade para a Holanda e no próximo ano estima-se que ultrapasse os três milhões de hastes, mas a Frutercoop queixa-se de uma quebra de apoios à exportação, aplicada em 2016.
"Houve uma alteração grande de apoios que prejudicou de facto os nossos associados. Existem apoios que deixámos de ter, o caso do POSEI Mercados, que temos de recuperar forçosamente, porque é um apoio dado à faturação", frisou Sieuve Menezes.
O presidente da Frutercoop contabilizou uma quebra de apoios à exportação superior a 35%, tendo em conta que os produtores tinham acesso a um subsídio do Governo Regional e ao POSEI Mercados, atribuído pela União Europeia, que considerou que não se podiam acumular os dois apoios.
Segundo Sieuve Menezes, para além de os produtores terem perdido o acesso ao POSEI Mercados, o apoio à exportação do Governo Regional passou a ser de 90%, mas só inclui o trajeto da ilha Terceira até Lisboa, sendo a ligação à Holanda suportada totalmente pelos produtores.
O presidente da Frutercoop realçou, por outro lado, a perda de apoios à aquisição de caixas para o embalamento, que surgiu no mesmo ano.
Sieuve Menezes salientou que, em Espanha, as Canárias continuam a ter acesso a um apoio do executivo e ao POSEI Mercados, considerando que isso coloca a ilha Terceira em desvantagem competitiva.
O representante da cooperativa criticou ainda os transportes aéreos disponíveis nos Açores, alegando que as aeronaves utilizadas não têm capacidades suficiente para transportar a quantidade necessária de próteas.
"Daqui a cerca de um mês vamos ter uma flor chamada tolopea, que só pode ser exportada de avião, e não temos disponibilidade de carga nos aviões para a exportação desta flor, porque estão a voar só com o avião 319. Não há aviões cargueiros e não há disponibilidade de porão suficiente nesses aviões para exportarmos entre 250 a 300 caixas", frisou.
Questionado sobre a redução de apoios à exportação, o secretário regional da Agricultura e Florestas comprometeu-se a avaliar a situação, apesar de a matéria ser da competência de outro departamento do executivo açoriano.
"Esse é um assunto que vamos ter de acompanhar e ver se de alguma forma é possível no futuro minimizar essa diferença. É uma área que não depende exclusivamente da Agricultura, mas naturalmente irei falar com o meu colega para sensibilizá-lo para essa questão. Trata-se de um produto que estamos a exportar e que é importante para a economia da ilha Terceira", salientou.
João Ponte destacou o "bom exemplo de diversificação agrícola" da produção de próteas na ilha Terceira, considerando que o Governo Regional "terá que acarinhar projetos e iniciativas desta dimensão".